O processo de cassação do prefeito da cidade de Buriti, a
332 quilômetros de São Luís, terminou com o Fórum Desembargadora Maria Madalena
Alves Serejo sendo incendiado por moradores revoltados com a decisão do juiz,
Jorge Antônio Sales Leite, que indeferiu o pedido de afastamento de Rafael
Mesquita, na tarde desta terça-feira (20).
Ao G1, o Superintendente de Policia Civil do interior,
Dicivaldo Gonçalves, contou que a população ficou revoltada com a decisão do
magistrado que deu o parecer favorável ao prefeito Rafael Mesquita, em
audiência realizada nesta manhã.
No fim desta tarde, se reuniram em frente ao edifício,
armados de paus, pedras e matéria inflamável, para investir contra o juiz.
Após invadirem o Fórum, a população queimou os móveis nos
diferentes cômodos do prédio. O juiz Jorge Antônio Sales conseguiu fugir da
multidão, que teria tentado amarrá-lo para colocá-lo do lado de fora da
Comarca. O tumulto só foi contido depois da intervenção da Polícia Militar, que
fez um cordão de isolamento em frente à Comarca.
Funcionários do prédio ajudaram a apagar o fogo e retirar
documentos ameaçados de serem perdidos. Peritos do Instituto de Criminalística
(Icrim) estão no local e avaliam os prejuízos causados pelo incêndio. A polícia
admitiu ser improvável identificar os responsáveis pelo ato de vandalismo ao
patrimônio público.
Com a decisão desta terça-feira (20), esta se torna a 3ª vez
que a Justiça Eleitoral julga o mandato de Rafael Mesquita em pouco mais dois
anos. Nas decisões anteriores o prefeito foi cassado, mas conseguiu reverteu a
decisão no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MA).
Entenda o caso
Na última eleição, em 2012, Rafael Mesquita teria sido flagrado
com R$ 40 mil em espécie no dia do
pleito, não conseguindo explicar a origem do dinheiro. O Ministério Público da
Zona Eleitoral de Buriti ajuizou uma ação de impugnação de mandato eletivo
contra o prefeito de Buriti e seu vice para perda dos seus mandatos por
captação ilícita de sufrágio, com abuso de poder econômico em 2013.
Na ocasião, a Justiça julgou procedente as acusações
gravíssimas e decretou a perda do mandato eletivo dos impugnados Rafael
Mesquita e Raimundo Camilo (Vice Prefeito), nas eleições municipais de 2012.
Eles também se tornaram inelegíveis para as eleições por oito anos subsequentes
à eleição para o qual foram eleitos.
No entanto, em apenas 48 horas, Rafael Mesquita conseguiu
voltar ao cargo através de mandato de segurança. Em 2014, ele foi novamente
afastado da gestão do município, mas conseguiu se manter no cargo por causa de
uma nova liminar.
Fonte: G1 MA