O IJF recebe pacientes de outros municípios há muito tempo. Com crise na saúde do Estado, situação agrava atendimentos |
Conforme o presidente da Aprece, Expedito José do Nascimento, pacientes fraturados chegam a ir aos hospitais-polo (que podem ser municipais ou filantrópicos), têm membros imobilizados e voltam para casa até que o procedimento cirúrgico possa acontecer. “Quando é algo muito grave, no momento que não tem recurso no Interior, o paciente tem que vir para a Capital”, afirma Expedito. Recursos insuficientes enviados pelos governos Estadual e Federal são apontados como maior problema.
Mensalmente, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) afirmou gastar mais de R$ 144 milhões com os hospitais-polo. A pasta, através de nota, destacou que o Hospital Regional do Cariri recebe pacientes de 45 municípios e é referência em traumatologia. “Esse dinheiro inclui o custeamento dos hospitais regionais, que é enorme. O Hospital do Cariri também recebe pacientes de Pernambuco e da Paraíba”, pondera o presidente da Aprece.
Em entrevista ao O POVO na última segunda-feira, 11, a superintendente-adjunta do IJF, Joana Maciel, disse que a vinda de muitos pacientes de outros municípios é “a continuidade de um problema que já existia” antes desta crise na saúde do Ceará. Para ela, a retomada dos atendimentos em traumato-ortopedia em cerca de 10 hospitais-polo que tiveram o serviço suspenso poderia amenizar o excesso de pacientes na unidade de Fortaleza. “Não tiraria todos, porque trabalhamos com alta complexidade. Mas melhoraria”, destacou.
“Excelência”
Em entrevista coletiva ontem sobre o atendimento de pacientes no chão do IJF, o prefeito Roberto Cláudio (Pros) destacou que o hospital tem um perfil diferenciado, com oferta 24 horas de 30 especialidades médicas - o que o diferencia até dos hospitais particulares e o faz ser “atrativo” para qualquer cidadão. O IJF “atende, por exemplo, gente do Piauí, do Maranhão. Outro dia, pacientes queimados do Maranhão estavam sendo transferidos para cá. Isso só demostra a excelência do hospital”, considerou o prefeito. (colaborou Rômulo Costa)
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De acordo com o Sindicato dos Médicos do Ceará, ontem, 397 pacientes estavam “internados” em corredores de unidades de saúde na Capital. A instituição atualiza o “corredômetro” diariamente.
Nas UPAs, eram 99 pacientes, 116 estavam no IJF, 60 no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), 55 no Hospital de Messejana, 57 no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) e 10 no São José.
De acordo com a Aprece, a maior falta de recursos é do Governo Federal, que não estabelece limite mínimo de repasse.
Conforme a entidade, dos 36 hospitais-polo do Ceará, seis são maternidades (cinco filantrópicas e uma pública). No total, são 23 unidades com perfil filantrópico e 13 municipais.
Os municípios de Limoeiro, Itapipoca e Aracoiaba têm, de acordo com a Aprece, os maiores problemas quanto à realização de cirurgias.
Fonte: O povo online.