terça-feira, 29 de setembro de 2015

PACUJÁ - ENTREVISTA COM EX. PREFEITA DE PACUJÁ, DONA NONATINHA ALVES. UMA ANÁLIZE CONSCIENTE DA SITUAÇÃO POLÍTICA É CIDADÃ DE SEU TEMPO E DA ATUALIDADE.


Raimunda Nonata Alves (Nonatinha)
Cidadã pacujaense, primeira mulher Prefeita de Pacujá (89 -92)
e esposa do ex-prefeito Domingos Alves
Quando a Senhora era prefeita de Pacujá, as praças, as ruas e as edificações públicas eram muito bem cuidadas. Em sua opinião, por que esses espaços foram tão abandonados pelos gestores municipais?
Não sei nem lhe dizer. Vieram mais verbas, os deputados estão mais dedicados e tem mais facilidades para conseguir alguma coisa. No meu tempo não tinha. A Câmara Municipal eu construí aos poucos, pois era meu sonho ser prefeita para construir um Centro para os Idosos e uma Câmara Municipal. E eu consegui tudo isso apenas com os recursos do FPM. Esses espaços estão assim porque a gestão não quer fazer, apesar de ter muito acesso a recursos. Se tivessem feito, mesmo que aos poucos, eles já tinham terminado.

Ao sair do cargo de prefeita, a Senhora deixou a Prefeitura em boas condições financeiras. Apesar de hoje dispor de mais recursos, a Prefeitura sequer paga em dias o salário dos funcionários. Como deve agir um gestor para ser financeiramente responsável?
Isso só depende deles. Quando saí da Prefeitura não deixei nenhum débito na Cagece ou na Coelce. Nunca deixei ninguém sem receber seus salários. Hoje vejo tudo atrasado e nada cuidado, e ninguém entende que “mistério” é esse. Vale ressaltar que tudo que tenho foram frutos de meus esforços, nunca usufrui dos recursos públicos para enriquecimento pessoal. Hoje, um político sai do poder e tem tudo. Para manter a Prefeitura em bom estado financeiro basta querer, pois no meu tempo eu queria isso e consegui.

Costuma-se dizer que os prefeitos daquela época agiam como "ditadores", mas sabiam administrar bem o município. A Senhora concorda com esse ponto de vista?
Não sei se administrei bem ou se fiz algo de mal, isso quem pode dizer é o povo. Agi sempre com muita autonomia e independente da vontade de meu marido. Nunca deixei meu marido à frente das decisões da minha gestão. Ele sempre me ajudou, mas nunca teve um emprego em meu mandato. Esse autoritarismo dos tempos da ditadura não é determinante para uma boa gestão.

De que forma a Senhora gostaria de ser lembrada na história de Pacujá?
Acho que pelas obras da minha gestão e pelas boas ações que fiz pelo povo. Fiz a Câmara Municipal, a entrada da cidade, o Centro dos Idosos e a recuperação do Hotel Municipal. Hoje vejo que até o nome do Dr. Vicente Barreto, quem construiu o hotel, foi retirado. Sempre procurei ajudar o povo o máximo que eu pude. Nunca deixei atrasar os salários na educação e aumentei os salários dos professores, apesar de não ter sido tão grande devido à escassez de recursos. Nunca deixei faltar nada na Maternidade. Construí escolas no interior, como a Francisco Pinto de Azevedo, no Jenipapo. Fiz a Casa de Farinha Comunitária. Uma das primeiras coisas que solicitei foi a agência do Banco do Brasil, que foi um pedido de meu marido. A pracinha era muito bem cuidada. Reivindiquei no dia da posse do governador Ciro Gomes a construção da rodovia que liga Pacujá ao Aprazível. Foi uma das obras mais bem construídas na época, pois durou quase 20 anos em perfeito estado.

A Senhora vivenciou o processo de emancipação política do município. Passados 58 anos, na sua opinião o Pacujá se tornou a cidade que todos imaginavam que seria?
Vivenciei e considero uma das festas mais lindas que já vi. A cidade deveria estar melhor, pois está precisando de muita coisa. Esta pracinha deveria estar mais bem cuidada, assim como a educação. A saúde chega a ser lamentável, pois vejo relatos de que faltam os equipamentos mais básicos. A iluminação pública deveria ser melhor, pois vejo alguns postes próximos aqui de minha casa que há tempos faltam lâmpadas e nem a Prefeitura nem a Coelce resolvem. A banda de música municipal ninguém sabe cadê. Por outro lado, fico satisfeita ao ver as obras da minha gestão que ainda estão em boas condições.

Analisando o atual cenário político do município e os possíveis candidatos ao próximo pleito, quem a Senhora considera mais preparado para assumir a Prefeitura?
Eu considero que o Eraldo Aguiar está mais preparado. Os outros já estão mal acostumados nessa “governança”. Eu acredito que tem de mudar para ver se melhora. Se ele ganhar, esperamos que não mude, continue trabalhador e goste das coisas organizadas.

Considerações finais: Desejo ao Pacujá muito progresso, que ele cresça mais, pague em dias o funcionalismo público e que os próximos prefeitos sejam bons administradores. Desejo tudo de bom a este Pacujá que eu quero tanto bem.·

Fonte: PCdoB de Pacujá.

0 comentários :

Postar um comentário