O reisado, ou folia de reis, é um folguedo realizado
em várias partes do Brasil.
Em Graça há 255 km de Fortaleza, temos vários grupos
que disseminam essa cultura em toda a região.
Cada grupo matem sua originalidade e a tradição de
ser um``careta ´´ passa de pais para filhos, geralmente.
Em Graça a tradição é de pessoas fantasiadas de
mascaras de couro ou pano, quepes, fardamentos e a tradicional sandália de couro,
que e a responsável pelo barulho ao bater contra o chão, dando o tom e o
compasso da dança. Além da do grupo de músicos que anima a festa, o reisado tem
como centro do evento místico e religioso, o boi. Ele que é um protagonista de
toda a história.
No reisado o ponto auge da festa e a matança simbólica
do animal. Esse fato acontece durante os 6 dias da folia de reis e em todas as
casas por onde passam. Porém, no dia 6 de janeiro, sendo o ultimo dia de festa, acontece a matança final , que reúne multidões em varias
partes de nosso município.
É um momento festejado com muita alegria, pessoas de
varias regiões vêm à Graça para participarem da festa, que geralmente termina
com grandes shows de bandas renomadas.
Conheça o nosso Graça, participe desta animada festa.
Da página Graça News.
ENTENDA COMO O REISADO CHEGOU AO BRASIL.
O Reisado chegou ao Brasil
através dos colonizadores portugueses, que ainda conservam a tradição em suas
pequenas aldeias, celebrando o nascimento do Menino Jesus. Em Portugal é
conhecido como Reisada ou Reseiro.
No Brasil é uma espécie de
revista popular, recheada de histórias folclóricas, mas sua essência continua a
mesma, com uma mistura de temas sacros e profanos.
O
Reisado é formado por um grupo de músicos, cantores e dançarinos que percorrem
as ruas das cidades e até propriedades rurais, de porta em porta, anunciando a
chegada do Messias, pedindo prendas e fazendo louvações aos donos das casas por
onde passam.
A
denominação de Reisado persiste ainda em Alagoas, Sergipe e Bahia. Em diversas
outras regiões o folguedo é chamado de Bumba-meu-boi, Boi de Reis, Boi-Bumbá ou
simplesmente, Boi. Em São Paulo é conhecido como Folia
de Reis, onde a festa é composta de apresentações de grupos de
músicos e cantores, todos com roupas coloridas, entoando versos sobre o
nascimento de Jesus Cristo,
liderados por um mestre.
liderados por um mestre.
Fazem
parte do espetáculo os “entremeios” (corruptela de entremezes), pequenas
encenações dramáticas que são intercaladas com a execução de peças, embaixadas
e batalhas. Os personagens são tipos humanos ou animais e seres fantásticos
humanizados, cheios de energia e determinação.
O folguedo do ciclo natalino
é comemorado em várias regiões brasileiras, principalmente no Norte
e Nordeste, onde ganhou cores, formas e
sons regionais. Em Alagoas, constitui-se numa representação dramática,
normalmente curta e pobre de enredo, acompanhada e precedida de
canto.
Em
Sergipe, é apresentado em qualquer época do ano e não apenas nas festas de
Natal e Reis. Os temas de seu enredo variam de acordo com o lugar e o período
em que são encenados: amor, guerra, religião, entre outros.
O
Reisado apresenta diversas modalidades e é composto de várias partes: a abertura ou abrição
de porta; entrada; louvação ao Divino; chamadas do rei; peças de sala; danças;
guerra; as sortes; encerramento da função.
A música no Reisado está sempre
presente. O Mestre é o solista, sendo respondido pelo coro a
duas vozes. Os instrumentos utilizados alternadamente são: a sanfona, o tambor,
a zabumba, a viola, a rebeca ou violão, o ganzá, pandeiros, pífanos e os
“maracás”, chocalhos feitos de lata, enfeitados com fitas coloridas.
Há
uma grande variedade de passos nas danças do Reisado, entre os quais pode-se
destacar: do Gingá, onde os figurantes de cócoras se balançam
e gingam; da Maquila, um pulo pequeno com as pernas cruzadas e
balanços alternados do corpo para os lados, passo também exibido pelos caboclinhos;Corrupio, movimento
de pião com o calcanhar esquerdo; Encruzado, cruzando-se as pernas
ora a direita à frente da esquerda, ora ao
contrário.
Tem
como personagens principais o Mestre, o Rei e a Rainha, oContramestre, os Mateus,
a Catirina, figuras e moleques.
O Mestre é
o regente do espetáculo. Utilizando apitos, gestos e ordens, comanda a entrada
e saída de peças e o andamento das execuções musicais. Usa um chapéu forrado de
cetim, de aba dobrada na testa (como o dos cangaceiros), adornado com muitos
espelhinhos, bordados dourados e flores artificiais, de onde pendem fitas
compridas de várias cores; saiote de cetim ou cetineta de cores vivas, até a
altura dos joelhos, enfeitado com gregas e galões, tendo por baixo saia branca,
com babados; blusa, peitoral e capa.
O
traje do Rei deve ser mais bonito e enfeitado. Veste saiote ou
calção e blusa de mangas compridas de cores iguais, peitoral, manto de cores
diferentes em tecido brilhante (cetim ou laquê);calça sapato tênis (tipo
conga), meiões coloridos e na cabeça uma coroa feita nos moldes das dos reis
ocidentais, semelhante a das outras figuras, porém encimada por uma cruz; levam
nas mãos uma espada e, às vezes, também um cetro. Durante o cortejo
os Reis vêm na frente, logo atrás do Mestre e
do Contramestre. A Rainha é representada por uma
menina, com vestido “de festa”, branco ou rosa, uma coroa na cabeça e um
ramalhete de flores nas mãos.
O Contramestre é
o responsável pelo Reisado na ausência do Mestre. Seu traje é
semelhante ao daquele, só que menos pomposo.
Os Mateus,
que sempre aparecem em dupla, usam trajes diferentes dos outros figurantes:
vestem paletós e calças de tecido xadrez, usam um grande chapéu afunilado que
chamam de cafuringa, com espelhos e fitas coloridas, óculos
escuros, rosto pintado de preto, geralmente com tisna de panela ou vaselina e
levam nas mãos os pandeiros. São os personagens cômicos do Reisado, junto com
a Catirina.
Conhecida
antigamente como Lica, a Catirina é a noiva do
Mateus. Veste-se de preto, traz um pano amarrado na cabeça, o rosto pintado de
preto e um chicote nas mãos, com o qual corre atrás das moças e crianças.
As outras figuras
formam o coro do Reisado, que participam ativamente apenas nas batalhas, nas
danças e no canto, quando respondem ao solo do Mestre. Formam duas
fileiras simétricas, organizadas hierarquicamente e posicionadas uma do lado
direito outra do lado esquerdo do Mestre.
É
uma das tradições populares mais ricas e apreciadas do folclore brasileiro,
principalmente na região Nordeste.
FONTES CONSULTADAS:
BARROSO, Oswald. Reis de Congo. Fortaleza:
Museu da Imagem e do Som, 1996.
RIBEIRO, José. Brasil no folclore. Rio
de Janeiro: Gráfica Editora Aurora, 1970.